A Praia da Lagoa localizada na região sul de Ubatuba é sem dúvidas uma das mais bonitas e isoladas de nossa cidade. Beleza natural à parte, por trás do jundu e pela trilha, é possível avistar um lindo jardim de sapé e flores tropicais, vestígios de casas e de algumas pilastras erguidas.
Mas, ao caminhar em meio a mata, avistamos uma grande estrutura que teria sido um imenso porão, construído por peças de pedras coladas com conchas moídas, misturadas a areia e óleo de baleia. É assim que está guardada uma das últimas joias de estrutura arquitetônica surpreendente: ruínas, marcas do tempo da escravatura, do processo civilizatório e da formação genealógica de nosso país. A estrutura lá existente nos remete ao passado triste de exploração e sofrimento.
A construção impressiona pelos detalhes arquitetônicos, o local escolhido, os encaixes das madeiras, a utilização de reboco (novidade para a época), a disposição dos espaços, a organização das salas, a saída e a entrada do local, o desenho que esconde os porões e a proximidade da lagoa, onde os traficantes afogavam os negros secretamente e depois enterravam ou lançavam ao mar seus corpos.
Segundo estudiosos, a fazenda era realmente uma fachada para o tráfego negreiro. Eram trazidos na maioria homens que ficavam presos no porão da grande casa, que é o que sobrou, o que vemos hoje. Os negros que eram negociados eram vendidos a peso de ouro e havia escolha até para os tons de negro da pele, quanto mais escuro mais caro. Observavam seus dentes, as canelas, que quanto mais fina mais valor tinham para venda.
Tem-se informações que o penúltimo proprietário da fazenda foi Carlos José Robillar, natural da Ilha de São Domingos, França. Ao que tudo indica chegou ao Brasil entre 1821 e 1822 para adquirir um tanto de terras. Chegou com a condição de lavrador proprietário. Entre 1823 e 1824 teve como sócio um tal de Glucht, que aparece como agregado de Rubillar em 1825.
O feitor de Robillar foi Pacifique Guiamon, que veio a falecer em 1827. Em 1829 sua propriedade consta em nome de sua mãe Dona Catarina Francisca Robillar. Em 1830, a fazenda aparece novamente em seu nome e seu feitor é Elias Romeira. O último proprietário a que se tem notícia foi Bernardino Antunes de Sá, que por volta de 1858, trouxe de Minas Gerais José Antunes de Sá, um parente para comprar outra fazenda, a da Caçandoca.
Em 1850, com a aplicação da Lei do Abate de Navios, de Euzébio de Queiroz, muitos traficantes de escravos utilizaram rotas alternativas para vender negros ao planalto. Na região da Maranduba ainda constam às trilhas do Campo, Água Branca e da Pedra Preta, do Sertão da Quina do lado de Ubatuba, e outras do lado de Caraguatatuba, como a subida até Pouso Alto e do Poço Verde.
Fonte de Informações: https://www.maranduba.com.br/praiadalagoa.htm
Importante:
Para realizar trilhas, siga algumas regras básicas: Preserve a natureza, não jogue lixo na trilha, não maltrate os animais, não entre em propriedades particulares, recolha seu lixo e dê o destino certo para ele, deixe apenas pegadas, evite fazer barulho, desfrute dos sons da natureza, cuidado para não causar incêndios na floresta, planeje bem sua caminhada e informe a alguém sobre seu passeio, proteja-se do sol, mosquitos, borrachudos e mantenha-se sempre na trilha.
Se a caminhada for extensa é indispensável alguns acessórios como um calçado confortável, calça comprida leve e macia, camiseta de manga comprida por conta do capim navalha, boné, mochila impermeável com repelente, protetor solar, máquina fotográfica, muda de roupa seca, capa de chuva, agasalho, apito, toalha, lanterna, além do lanche, água e barrinha de cereal por exemplo. Preste atenção as passadas, e desníveis causados por erosões, devido às chuvas, e a utilização de um “cajado” ajuda bastante a diminuir os impactos.
Também esteja alerta para abelhas, porcos do mato e a presença de cobras peçonhentas que são muito comuns em Ubatuba e na região da Mata Atlântica, tais como a jararaca (Bothrops jararaca), coral (Micrurus Corallinus), jararacuçú (Bothrops) e urutú-cruzeiro (Bothrops alternatus), que costumam ficar no meio da trilha, especialmente em lugares que bate sol.
Sempre recomendamos fazer trilhas acompanhado de um Guia Credenciado, pois além de garantir mais segurança, também aproveitamos para conhecer melhor a história do local.
Lembre-se: da natureza nada se tira, além de fotos e nada se leva, além de boas lembranças!!!