A Praia do Matarazzo ou Prainha do Matarazzo, está localizada próxima a região central de Ubatuba, tem um condomínio residencial construído bem na sua frente, e antigamente se chamava Prainha do Morro ou Praia do Padre.
O acesso comum para a Praia do Matarazzo, é vindo da Praia do Cruzeiro, atravessando-se a ponte que vai ao Perequê Açú, e logo na cabeceira da ponte à direita, sobe-se uma rua, que leva ao mirante da estátua de São Pedro pescador.
Seguindo mais uns 3 minutos de veículo ou uns 15 minutos a pé, por uma estradinha asfaltada, chegamos a Praia do Matarazzo. Com aproximadamente 100 metros de extensão, a pequena praia tem muitas pedras sobre sua areia dura e amarelada, um mar tranquilo e uma linda visão da Baía de Ubatuba.
No passado, esta praia era famosa pelos encontros amorosos, e muitos deles aconteciam às escondidas, pois o local era ideal para fugir da vista dos pais severos, no tempo em que pegar na mão, significava namoro sério.
A Praia do Matarazzo recebe esse nome, em homenagem ao ilustre empresário paulistano, Francisco Matarazzo Sobrinho, mais conhecido como “Cicillo” Matarazzo (1898-1977), cuja residência de veraneio era nesta praia, exatamente no local, onde hoje temos uma tradicional casa noturna de Ubatuba, a 180°.
História – O Túnel da Prainha (Texto de Cláudia Oliveira)
As lendas fazem parte da construção da cultura de um povo. Tão verdadeiras na fantasia que acabam por ser tão reais quanto as histórias catalogadas e registradas em livros e escrituras. Elas surgem da imaginação popular que inspira-se em algum fato real criando, então, uma versão caricata. Assim nasceu papai-noel, saci-pererê, tesouros escondidos e tantos outros que fazem parte de nosso folclore. Ubatuba, terra de mistérios e belezas infinitas, também é acervo de muitas lendas.
O “Túnel da Prainha” foi esquecido e apagado pelo tempo. Sua abertura, um pouco à direita do antigo trapiche localizado na antiga Prainha, hoje denominada Praia do Matarazzo, foi enterrada e substituída pela construção de um gigantesco condomínio fechado. A passagem secreta de dificílimo acesso atravessa todo o Morro do Caruçu-Mirim, assim chamado em um passado, onde antigos e imponentes casarões construídos por cantaria (pedras especiais para construção), vindas de Portugal bem como edifícios de alfândega, grandes armazéns e um trapiche, compunham o lugar.
O túnel atravessava todo o morro terminando em uma disfarçada abertura que até os dias de hoje encontra-se no início do bairro do Perequê-Açu, formando uma encruzilhada entre as ruas Félix Guisard e Minas Gerais, especificamente uns 200 metros após a ponte, que interliga o centro e o bairro.
Dizem os antigos que o túnel foi construído pelos negros para que pudessem fugir. Segundo informações, o túnel construído em rocha tinha a passagem para um único homem por vez. Com o passar do tempo, também foi usado por antigos piratas que viajavam carregando seus tesouros em corsários, porém os enterravam muitas vezes em terra firme para ter maior segurança quando já tinham em mente a intenção de provocar um ataque. Isso significa que muitas vezes não sobreviviam para buscá-los.
Alguns juram que bem ao centro do túnel existe uma estrutura abobadada, onde foi construída uma canastra de couro, que guarda até hoje diamantes brutos, metais preciosos e sabe-se lá que outras pedras preciosas mais, mas afirmam que elas são das minas do Itacolomi e das catas de Minas Gerais, fazendo parte de um antigo e importante contrabando. Ou quem sabe esta seria uma história criada pelos piratas? Enfim, existe um ditado popular que diz: Onde há fumaça, há fogo!
Todos podem visitar a abertura do túnel, no Perequê-Açu. A pequena caverna que formou-se com o tempo tem uns 2 metros ou mais de altura. Inteira formada por rocha, ela tem a passagem também fechada, porém alguns nichos existentes rocha adentro, hoje são abrigo de inofensivos e desinteressados morcegos. Infelizmente, o povo deixou-se cair no esquecimento e alguns usam o lugar como depósito de lixo que é sempre retirado pelos garis.
Outra curiosidade é que este túnel, segundo contam antigos moradores, serviu por algum tempo de moradia para uma mulher de nome “Dita”, ficando popularmente conhecido como “Buraco da Dita”.
Fonte de Informações: https://www2.uol.com.br/jornalasemana/edicao153/Turismo.htm