Localizada ao lado da rodovia Rio-Santos bem em frente ao acesso da Praia Vermelha do Norte, está a quase desapercebida e encantadora Lagoa da Vermelha do Norte.
Suas águas foram represadas, formando uma lagoa de beleza única, com águas turvas, cor verde escuro causado pela decomposição natural. Tem uma extensão grande, muitas árvores submersas e presença frequente de várias espécies de pássaros, e é muito frequentada por pescadores.
Vejam este vídeo com destaque para o tranquilo “passeio” de um jacaré pela Lagoa da Vermelha do Norte:
Jacarés – História
Alguns jacarés habitam esta lagoa pacificamente, fazendo parte deste ecossistema, pois ela provê um ambiente propício à sua subsistência básica com peixes e aves para sua alimentação. Vários pescadores assíduos da lagoa, dizem que os jacarés não se aproximam da beirada e que são assustados.
Esta história de jacaré solto na natureza em Ubatuba, parece mentira, muitos acham que é imaginação dos frequentadores locais e que não passa de fantasia, mas é real, eles moram lá, há muitos anos. Dizem que em 1996 após um forte temporal, estes jacarés que eram criados em um sítio no bairro da Casanga, escaparam devido a uma enchente e seguiram o fluxo da enxurrada até chegarem ao Lago da Praia Vermelha do Norte.
No início de 2018 algumas placas de advertência foram colocadas na rodovia alertando para a presença destes répteis, mas é importante que além desta sinalização os usuários evitem deixar lixos principalmente orgânicos, entrar ou mesmo se aproximar da água.
Esta história de visualizar jacarés nesta lagoa é antiga, veja o texto e imagens a seguir realizadas por Marcos Guedes e publicado no site Virtude-AG, (página que transmite informações aos apaixonados por observação de aves, birdwatching): https://virtude-ag.com/pa-garca-moura-e-o-jacare-jun13-marco-guedes/
“No último sábado, dia 29 de junho de 2013, eu estava combinado com o Marcos Eugênio, o Júlio Silveira e o Izaías Miranda Jr. para uma ida à Fazenda Angelin em busca do anambezinho. Topei a parada não só pelo anambezinho, mas porque acho aquele lugar um dos mais bacanas que conheço para passarinhar na região de Ubatuba. Eles sairiam de Jacareí as 5h30 e eu, que estava no Olho D água em São Luiz do Paraitinga, os encontraria na BR 101 pelas 7h30 da matina.
Como sempre que tem passarinhada no dia seguinte, eu dormi pouco, acordando a todo momento e olhando o relógio na cabeceira da cama. Acabei saindo cedo demais e quando o Júlio me ligou pelas 7h para dizer que estavam perto da serra na rodovia Oswaldo Cruz, eu já havia parado numa padaria, comido um pão com manteiga na chapa acompanhado por um copo de café com leite e estava chegando na rotatória da 101, tinha que fazer cera até eles chegarem. Decidi dar um pulo numa lagoa que me chamava a atenção toda vez que ia para o Itamambuca Eco Resort visitar o meu amigo Dimitri e as muitas aves de lá ou para Ubatumirim, outro passeio muito bom. A lagoa fica na altura da Praia Vermelha, do outro lado da estrada, quase encostando no acostamento. Eu sempre via alguma ave aquática nela quando passava, então decidi que era um bom momento para dar uma olhada mais prolongada naquele lugar.
Ao chegar, estacionando no acostamento, vi uma garça-moura ainda empoleirada numa embaúba, olhando para baixo, se preparando para descer na água. Que boa oportunidade de registrar o começo do dia de uma garça-moura, pensei comigo. Montei o equipamento no tripé colocando o TC de 2X na 400mm e comecei a seguir a sua atividade.
Ela desceu na água afundando até o meio das pernas e começou a caçar. De repente, notei que desviou a sua atenção para algo mais atrás e que ficava muito atenta. Olhei na direção da sua atenção e fiquei pasmo: um jacaré! Como assim, um jacaré, em Ubatuba, ao lado da BR 101, lugar de passagem de carros e pessoas, como pode! Podia, lá estava ele, e ia na direção da garça. Ela ficou esperta, acompanhava os seus movimentos, um olho na água e outro no bicho. Ele parou perto dela como quem não queria nada, mas ela não o perdia de vista. Minha respiração acelerava, o coração também, o dedo apoiado no disparador esperando a ação ansiosamente. Algo estava para acontecer ali bem na minha frente e com tudo pronto e regulado para registrar, eu não podia perder isso por nada no mundo.
De repente ela deu uma série de gritos e se atirou para o ar alçando voo rapidamente. O jacaré, pego de surpresa, deu um salto na sua direção, mas muito tarde, a garça estava fora de alcance.
Ela voou por uns 10 metros e foi pousar numa mini llhota sobre a água, lugar mais seguro enquanto o jacaré estivesse por perto.
O telefone tocou, era o Júlio dizendo que estavam chegando, desmontei o equipamento e fui encontrá-los.