A Ilha da Rapada está localizada no Arquipélago das Couves, região norte de Ubatuba, entre a Ponta da Cruz e a Ponta da Jamanta, em pleno mar aberto, distante 5,80 km do litoral continental. Possui formato alongado no sentido sul leste, com altitudes bastante modesta de apenas 67 metros, e quando vista do alto, a ilha se parece com uma tartaruga gigante.
Sua encosta bastante rochosa e acidentada, com muitas pedras submersas é inteiramente revestida até a linha d’água com vegetação de grande porte, com algumas espécies nobres da Mata Atlântica, sem áreas cultivadas. É um dos mais disputados e concorridos pontos de mergulho de Ubatuba, com grande número de lajes e parcéis, boa profundidade envolta por águas transparentes que permite razoável visibilidade. Suas águas abrigam intensa vida marinha com muitas espécies de toca e de passagem temporariamente escondidos e protegidos pelas pedras da região.
O vídeo a seguir, traz um pouco da beleza subaquática do entorno da Ilha Rapada.
Fonte do Vídeo – Mergulho na Ilha da Rapada – Tarcisio Presoto
(https://www.youtube.com/watch?v=MYPWSdytGmE)
O entorno da ilha tem o fundo do mar com rochas e areia, além de grande quantidade de corais cérebro, frades, arraias, tartarugas e outros diversos tipos de peixes. Um dos melhores pontos na ilha, é a “Toca dos Pescadores”, ao lado de dentro da ilha (face noroeste). Ao lado da ilha encontra-se o Parcel da Rapada, com muitas lajes submersas, com intensa movimentação de cardumes pelágicos. É um paraíso ideal para mergulho com cilindro, indicado para mergulhadores experientes e instrutores especializados.
PONTOS DE MERGULHO:
Trilha do Morcego
Condições de fundeio: abrigado dos ventos de E, SE e S. O mergulho inicia-se próximo a grande pedra emersa com uma costeira rochosa em declive até o fundo de areia aos 9 metros, neste local, restos de cabos de poitas transformam-se em habitat de cavalos-marinhos. Nadando no sentido nordeste, a profundidade vai diminuindo progressivamente até que no extremo da ilha transforma-se num parcel raso, onde dependendo das condições do mar poder haver formação de ondulação. Frades, cirurgiões e budiões são presenças constantes. Uma curiosidade interessante é a criação de vieiras em dispositivos pendurados em boias que dão um aspecto bem diferente ao local. Profundidade: 5 a 10 metros.
Pedra da Cachorra
Condições de fundeio: abrigado dos ventos de E e SE. É a ponta de uma grande laje composta por um parcelado mais raso a leste e por uma queda abrupta de profundidade a sudoeste formando um paredão rochoso. Abriga uma grande variedade de peixes entre eles, peixes pedra, frades, jaguareçás, corcorocas, budiões, papagaios e pescadas. Durante os meses de setembro e outubro pode ser observado um grande número de raias prego se acasalando. Profundidade: 3 a 18 metros.
Trilha do Pigmeu
Condições de fundeio: somente com mar muito calmo. Este é um dos poucos pontos deste destino, onde é possível ver os lindos peixes anjos pigmeus, eles são pequenos, coloridos e bastante curiosos fazendo a alegria dos fotógrafos sub. O mergulho inicia-se em uma parte bem abrigada de fundo rochoso e raso que pode ser explorada por mergulhadores de todos os níveis. Seguindo a costeira, rumo sudoeste, a profundidade aumenta abruptamente. Aqui, grandes rochas no fundo arenoso formam um labirinto habitado por muitos cardumes exigindo habilidade em navegação subaquática e maior experiência devido à presença de correntes marinhas e refluxo. Profundidade: 12 a 25 metros.
História / Lenda
Esta pequena ilha, foi escolhida para abrigar um mistério em alto mar…
Segundo caiçaras mais antigos, a ilha abriga um “corpo seco” que foi enterrado atrás de uma grande pedra quadrada, defronte para costa. Diz a lenda que este corpo pertence ao Dinico, rapaz de seus vinte anos que vivia embriagado pela cidade causando maldades por onde passava e, principalmente, à sua humilde família. Certa vez, jogando truco em um dos bares da cidade recebeu a notícia da morte de seu pai. Insensível à notícia, teceu o comentário: *“Morrê por morrê, morra ele que é mais velho…”*
Sua mãe, Maria Rosa, moribunda, sofria pelo filho e passava seus dias rezando para que ele se regenerasse, mesmo após espancamentos que ele cometera. Porém, no momento de sua morte, em agonia, sendo espancada e agredida por um braseiro chutado pelo filho, ela rogou-lhe uma maldição que o persegue até os dias de hoje: “Bandido! A própria terra o rejeitará!”.
Sendo assim, no dia seguinte à morte deste cidadão, em seu túmulo… o inesperado! A maldição de sua mãe se concretizou e a terra o rejeitara. O coveiro da cidade encontrara seu corpo fora do túmulo e o enterrou novamente não obtendo resultados. Então, alguns parentes resolveram deportá-lo para a costeira da prainha, hoje Praia do Matarazzo, onde, em momentos silenciosos, ouvia-se gritos horripilantes vindos do local.
Então, a solução foi transferi-lo para a Ilha Rapada, onde mora até hoje. Há quem diga que antes da Ilha o corpo também fora jogado às margens do rio Lagoa, no bairro do Itaguá. Estranhamente, algumas pessoas que resolveram aportar na ilha dizem que muitas vezes o mar, que minutos antes mostrava-se calmo, “vira”; outras afirmam ter visto o corpo após a tal pedra quadrada. Mas todos dizem que só ficam tranquilos na ilha, aqueles que são “homens de muita fé”.
Fontes das Informações
https://www.ubatubavirtual.com.br/rapada.htm
https://www.brasilmergulho.com/ilha-rapada/
Fonte do Vídeo – Mergulho na Ilha da Rapada – Tarcisio Presoto
https://www.youtube.com/watch?v=MYPWSdytGmE