Um pouco da história da energia elétrica de Ubatuba

Um pouco da história da energia elétrica de Ubatuba

Para os que ainda não sabem, a energia elétrica de Ubatuba era fornecida primeiramente por uma pequena usina (Usina Velha no Perequê Açú), que se localizava na Serra do Mar, depois passou a ser fornecida pela usina particular da Companhia Taubaté Industrial (CTI), localizada no rio Paraitinga, município de Redenção da Serra, e atualmente o fornecimento é da concessionária Elektro.

CTI - Usina Hidrelétrica Felix Guisard
CTI – Usina Hidrelétrica Felix Guisard

A usina da CTI foi construída em Redenção da Serra, pelo nosso industrial pioneiro Felix Guisard, justamente para abastecer sua fábrica de tecidos em Taubaté, e operou de 1927 a 1975.

Consta que ele a construiu no começo do século IXX, e precisou abrir a estrada de acesso por sua própria conta, a fim de poder levar os equipamentos até o local da barragem.

CTI - Usina Hidrelétrica Felix Guisard

A Companhia Taubaté Industrial, fundada em 04/05/1891, por investidores locais (fazendeiros, capital financeiro, industriais e profissionais liberais), poupanças familiares de industriários e comerciantes do Rio de Janeiro, teve como diretor técnico desde sua fundação até 1930 e como presidente deste ano até 1941 o senhor Felix Guisard.

A decisão de ampliar a capacidade de geração da usina Felix Guisard, após a II Guerra Mundial, teve como principal motivação as necessidades de suprimento de energia para a unidade fabril.

A expansão da CTI, com a construção de novos prédios e instalações e a própria perspectiva promissora do setor industrial no período da segunda Guerra Mundial e a carência de fornecimento pelas empresas do setor elétrico impunham esta necessidade. A conjuntura da segunda guerra propiciou a encampação da Empresa Luz e Força de Ubatuba, porque a concessionária pertencia a uma empresa alemã, o que facilitou a expansão da área de concessão da CTI.

CTI - Usina Hidrelétrica Felix Guisard

Essa expansão se justificava por dois motivos: O primeiro era o aproveitamento da energia ociosa gerada pela usina, em horários de baixo consumo das fábricas em Taubaté. O segundo era o seu interesse por Ubatuba, devido aos empreendimentos de lazer para os funcionários da CTI neste município e a perspectiva de ampliar as atividades no setor elétrico. Afinal, nenhum empresário estenderia a linha de 70 quilômetros para abastecer a colônia de férias.

Adquirida a Empresa Luz e Força de Ubatuba e obtida a concessão junto à Prefeitura Municipal de Ubatuba, a CTI inicia a autorização para a ampliação da usina Felix Guisard e para a construção da linha de transmissão para Ubatuba.

A linha de transmissão para Ubatuba possuía uma extensão total de 72 Km, sendo, 31,5 Km da usina até São Luis do Paraitinga, e 40,5 Km de São Luis do Paraitinga a Ubatuba. A capacidade de produção da usina Felix Guisard, considerada a média da ponta de carga era de 2.280 kW.

Desde a organização da CESP em 1966, as atividades da CTI no setor elétrico passam a reduzir-se. A primeira redução ocorreu com a transferência da concessão de Ubatuba e do fornecimento de energia de São Luis do Paraitinga e Natividade da Serra.

CTI - Usina Hidrelétrica Felix Guisard

A Usina CTI era um local de turismo até ter sido inundada pela represa que foi criada, em função da construção da barragem dos rios Paraibuna-Paraitinga, dando origem a Usina Hidrelétrica de Paraibuna. Usina esta que o início de sua construção em 1964, e término em 1978, uma área com reservatório de 224 km² e sob a responsabilidade da CESP (Companhia Energética de São Paulo). O motivo da sua construção foi regular a vazão do rio Paraíba do Sul além da geração de energia.

Fontes de informações:
http://ubatubense.blogspot.com/2019/11/um-pouco-da-historia-da-energia.html

‎Rubens Negrini Pastorelli‎ para Memória de Ubatuba – Retalhos Históricos – Facebook

Estudo técnico da construção da Usina Hidrelétrica Felix Guisard – Prof. Dr. Fabio Ricci – Universidade de Taubaté-UNITAU – http://www.abphe.org.br/arquivos/fabio-ricci.pdf

http://www.chaocaipira.org.br/assets/publicacoes/xP1Xe9yN0AT7/Iv6KdIo0KE07.pdf