A Praia do Saco das Bananas, está localizada numa encosta em forma de ferradura, na região sul de Ubatuba, e seu acesso terrestre é pela Trilha do Saco das Bananas.
A praia tem apenas 55 metros de largura, areias amareladas, águas cristalinas, com algumas pedras enormes enterradas em sua areia, e é cercada pela Mata Atlântica.
É ideal para a prática da pesca e esportes náuticos. Praticamente deserta a maior parte do tempo, e olhando para o mar no lado direito, têm-se uma bela vista da Praia do Simão.
O acesso terrestre mais próximo até a Praia Saco das Bananas, por trilha, é saindo do canto direito da Praia da Caçandoca, onde podemos deixar o veiculo, e iniciar a trilha subindo pela costeira, com auxilio de uma corda. Em poucos minutos de caminhada, passamos pela Praia da Caçandoquinha, e o acesso para Praia da Raposa, entramos na Mata Atlântica e em cerca de 1h15min chegamos até o destino.
Se optar por realizar a trilha a partir da Praia da Ponta Aguda, extremo sul de Ubatuba, onde também podemos deixar um veículo, considere 1h50min de caminhada.
A trilha é histórica com beleza selvagem e ruínas da época da escravidão, e notamos com frequência a presença da Comunidade Quilombola. Um pouco acima da praia, entre a trilha e o mar, temos as ruínas de uma escola, que foi construída em 1973 em área da prefeitura, e que atendia cerca de 28 crianças.
Os professores vinham de barco e ficavam a semana inteira no local, porém em 1993 a escola foi fechada por falta de aluno. No canto esquerdo da praia, se avista por entre as pedras na costeira, uma bica de água doce, cristalina, e também uma enorme laje, onde os antigos moradores colocavam os cachos de bananas para amadurecer ao tempo, seguro das ondas e próximo dos barcos que fariam o carregamento futuro.
Ao desbravar a exuberante trilha, percebemos em um determinado ponto, que ela foi uma estrada construída de pedra que ligava as fazendas, facilitando o transporte de mercadorias cultivadas no roçado como: cana, mandioca, banana e tantas outras especiarias.
Na trilha, o silêncio da voz humana é substituído pelo canto dos pássaros, pelo som dos animais. No caminho folhas e raízes para a cura de vários males, na praia impossível não deitar-se sobre suas águas cristalinas, local ideal para descansar o corpo e a alma.
História
A Praia do Saco das Bananas, guarda muita história, e mistério de sofrimento do período escravocrata e da especulação imobiliária. Segundo relato do quilombola Domingos Crispim: “moravam lá o Januário, Benedito e Benedicto Antunes, Sinfronio, Manuel, Luiz Madalena, João Lopez, Gregório, Anastácia Crispim, Teófilo, Estanislau, Araújo, João Araújo, Constantino, Adelino, Paulo, Virgino, Benedito do Morro, Luiz Januário, Benedito Antonio, Ermínia e Luiz Antunes, pelos menos são os que ele lembra. Os moradores viviam exclusivamente da pesca, da roça, da caça e do artesanato.”
Não se sabe ao certo quem ficou com que área, mas o monopólio construído por José Antunes de Sá em 1858, ficou aparentemente dividido da seguinte forma: Marcolino, ficou com Caçandoca, Izídio com o Saco da Raposa e Sinfronio com o Saco das Bananas. Izidio era o que mais defendia os direitos dos escravos, pois era casado com uma escrava, parteira da região, e decretou que o negro que trabalhasse em suas terras teria direito a pedaço dela. Da mistura entre os donos de fazenda e os escravos, originaram-se as famílias que espalharam-se por todo remanescente quilombola.
O local merece toda a atenção, pois tanto do morro quanto da praia parece que olhamos um quadro emoldurado pelas roças e florestas, com um som ambiente relaxante da natureza preservada. Imaginem a noite sobre a luz do luar, os sons, os sabores, o vento no rosto. Realmente o paraíso tem nome e endereço, chama-se Saco das Bananas e está na região sul de Ubatuba.
Fonte de Informações
https://www.jornalmaranduba.com.br/pdf/jornalmarandubanews27web.pdf
Importante:
Para realizar trilhas, siga algumas regras básicas: Preserve a natureza, não jogue lixo na trilha, não maltrate os animais, não entre em propriedades particulares, recolha seu lixo e dê o destino certo para ele, deixe apenas pegadas, evite fazer barulho, desfrute dos sons da natureza, cuidado para não causar incêndios na floresta, planeje bem sua caminhada e informe a alguém sobre seu passeio, proteja-se do sol, mosquitos, borrachudos e mantenha-se sempre na trilha.
Se a caminhada for extensa é indispensável alguns acessórios como um calçado confortável, calça comprida leve e macia, camiseta de manga comprida por conta do capim navalha, boné, mochila impermeável com repelente, protetor solar, máquina fotográfica, muda de roupa seca, capa de chuva, agasalho, apito, toalha, lanterna, além do lanche, água e barrinha de cereal por exemplo. Preste atenção as passadas, e desníveis causados por erosões, devido às chuvas, e a utilização de um “cajado” ajuda bastante a diminuir os impactos.
Também esteja alerta para abelhas, porcos do mato e a presença de cobras peçonhentas que são muito comuns em Ubatuba e na região da Mata Atlântica, tais como a jararaca (Bothrops jararaca), coral (Micrurus Corallinus), jararacuçú (Bothrops) e urutú-cruzeiro (Bothrops alternatus), que costumam ficar no meio da trilha, especialmente em lugares que bate sol.
Sempre recomendamos fazer trilhas acompanhado de um guia credenciado, pois além de garantir mais segurança, também aproveitamos para conhecer melhor a história do local.
Lembre-se: da natureza nada se tira, além de fotos e nada se leva, além de boas lembranças!!!