A Praia do Simão, também chamada de Praia Brava do Frade, está localizada na região sul de Ubatuba, dentro da Trilha do Saco das Bananas, esta que também é conhecida como Trilha das 10 Praias Desertas. Segundo moradores locais, um frade já morou lá, razão do nome original.
A Praia do Simão é extensa, com uma grande área de sombra, tem cerca de 1 Km, com águas agitadas, de tombo, com muitas formações de correntes de retorno, areias claras e mar aberto.
No meio e canto direito da praia temos uma pequena lagoa, e também no meio da praia um espetacular ponto de água potável. Como a praia tem muitas formações de ondas, costuma ser frequentada por surfistas que buscam um point tranquilo, fugindo das praias mais badaladas.
O acesso terrestre até o Simão é um pouco complicado, pois somente por trilha chegamos até lá, por sinal, uma das mais belas trilhas de Ubatuba. Isso devido ao valor histórico-cultural, remanescente da Comunidade Quilombola e a rica diversidade da Mata Atlântica.
Chegar em algumas partes do paraíso às vezes exige muito esforço, mas é muito recompensador. Podemos entrar na trilha a partir da Praia da Lagoa, onde é possível chegar de carro (com tração 4×4 recomendado) e deste ponto até a Praia do Simão, cerca de 55 minutos por dentro da Mata Atlântica, entre árvores centenárias.
Partindo da Praia da Caçandoca onde também é possível deixar o carro, considere cerca de 1h:30min de caminhada. Neste percurso, temos algumas casas de fazendas antigas, e em alguns pontos acompanhado de um cheiro forte de frutas, em especial jacas e bananas. Nestas trilhas cada passo vale a pena, mas faça sempre acompanhado (a) de um guia local credenciado.
Paredões verdes de granito estão presentes nos costões da Praia do Simão, e no canto direito da praia, passando uma pequena costeira rochosa que se estende até o mar, temos a visão de uma queda d´água que vem diretamente da Serra do Mar, e com um pouco de cuidado para não escorregar nas pedras, é possível chegar perto da queda e se banhar.
Mistérios
A Praia do Simão preserva um mistério interessante, pois estando nesta praia, as bússolas são influenciadas pelo magnetismo local, além de um ar esotérico, onde tudo parece estar numa dimensão paralela. Em frente, está a imensa Ilhabela, que, em um truque de ótica, parece estar tão próxima que um bom nadador poderia alcançá-la, mas na verdade, ela está algumas horas de viagem se fôssemos com uma embarcação tipo escuna.
Outro truque ótico é o canto direito da praia, que apresenta uma cortina de névoa constante, dando-lhe ar um tanto misterioso. Quando nos aproximamos, podemos observar e apreciar uma muralha, que em dias de chuvas fortes forma uma cachoeira que termina nas areias da praia. Porém, em dias ensolarados, permanece com um pequeno fluxo de água potável, na qual os visitantes se banham. A muralha é toda ornamentada por plantas exóticas. Uma delas é a bromélia (Pitcranea flamea), encontrada só no Brasil e na África, assim como os paredões que são de granito verde.
Quando estamos nos banhando nas doces águas cristalinas que percorrem o paredão, temos uma vista um tanto intrigante: bem em frente está um amontoado de pedras gigantes parecendo ser um monumento estrategicamente colocado. Muitas pessoas “sensitivas” conseguem perceber toda a vibração que estas pedras transmitem. Coincidentemente posicionado defronte a Ponta da Ilhabela, é normal descontrolar as bússolas das embarcações, isso devido ao magnetismo do local.
A Praia do Simão mantém-se originalmente como sempre foi, e como seu acesso terrestre não é fácil, isso é muito bom para a preservação do ambiente.
Importante:
Para realizar trilhas, siga algumas regras básicas: Preserve a natureza, não jogue lixo na trilha, não maltrate os animais, não entre em propriedades particulares, recolha seu lixo e dê o destino certo para ele, deixe apenas pegadas, evite fazer barulho, desfrute dos sons da natureza, cuidado para não causar incêndios na floresta, planeje bem sua caminhada e informe a alguém sobre seu passeio, proteja-se do sol, mosquitos, borrachudos e mantenha-se sempre na trilha.
Se a caminhada for extensa é indispensável alguns acessórios como um calçado confortável, calça comprida leve e macia, camiseta de manga comprida por conta do capim navalha, boné, mochila impermeável com repelente, protetor solar, máquina fotográfica, muda de roupa seca, capa de chuva, agasalho, apito, toalha, lanterna, além do lanche, água e barrinha de cereal por exemplo. Preste atenção as passadas, e desníveis causados por erosões, devido às chuvas, e a utilização de um “cajado” ajuda bastante a diminuir os impactos.
Também esteja alerta para abelhas, porcos do mato e a presença de cobras peçonhentas que são muito comuns em Ubatuba e na região da Mata Atlântica, tais como a jararaca (Bothrops jararaca), coral (Micrurus Corallinus), jararacuçú (Bothrops) e urutú-cruzeiro (Bothrops alternatus), que costumam ficar no meio da trilha, especialmente em lugares que bate sol.
Sempre recomendamos fazer trilhas acompanhado de um Guia Credenciado, pois além de garantir mais segurança, também aproveitamos para conhecer melhor a história do local.
Lembre-se: da natureza nada se tira, além de fotos e nada se leva, além de boas lembranças!!!