Colocada na década de 1980 na Praia do Leste, na Ilha Anchieta, Ubatuba, a cerca de 9 metros de profundidade, a estátua do pesquisador e oceanógrafo Jacques Cousteau, foi removida em maio de 2017 para passar por um processo de restauração, pois estava irreconhecível.
Na época, a ação foi planejada pela Secretaria de Turismo – SETUR, com o apoio de Pedro Paulo Orabona, titular do Conselho Municipal de Turismo – CMT e integrante da Associação das Operadoras de Mergulho do Litoral Norte, que abrange as quatro cidades: Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela. “O objetivo não é só de valorizar a importância do homenageado, mas dar atenção a essa estátua como forma de destacar mais esse atrativo do município”, ressaltou o secretário municipal de Turismo, Luiz Bischof.
Teve participação também a Secretaria Municipal de Pesca e Agricultura, da Secretaria Municipal de Serviços de Infraestrutura Pública, Parque Estadual da Ilha Anchieta – PEIA, Área de Proteção Ambiental Marinha Litoral Norte – APAM-LN, Associação das Operadoras de Mergulho do Litoral Norte de São Paulo – Assomelino e Marina Costa Norte.
O que foi feito na estátua
O procedimento incluiu a retirada cracas e algas da estátua, além da pintura com material adequado a sua localização. Após o restauro e processo de limpeza, a estátua foi instalada na Praça da Baleia, ao lado do Aquário de Ubatuba.
Relembrando a história
A estátua em tamanho natural foi colocada pela Associação das Operadoras de Mergulho em 15 de novembro de 1997, como forma de homenagear o mergulhador e cientista francês, Jacques Cousteau. “Na ocasião, foram reunidos mais de 200 mergulhadores na tentativa de quebra de recorde de mergulho simultâneo. Esse local acabou se tornando um atrativo, consolidando um ponto importante para a realização de mergulho”, explicou Orabona. A estátua encontrava-se na areia, aos 9 metros de profundidade, próxima ao costão rochoso da Praia do Leste na Ilha Anchieta, ponto que agrega uma grande diversidade de vida marinha.
Um pouco da trajetória de Jacques Costeau
Jacques-Yves Cousteau (Saint André de Cubzac, 11 de junho de 1910 — Paris, 25 de junho de 1997) foi um oficial da marinha francesa, documentarista, cineasta, oceanógrafo e inventor mundialmente conhecido por suas viagens de pesquisa, a bordo do Calypso, um navio francês de pesquisas hidrográficas. Foi assim denominado por seu último proprietário, Jacques Cousteau, sendo construído durante a Segunda Guerra como um navio caça minas.
Cousteau foi um dos inventores, juntamente com Émile Gagnan, do aqualung, o equipamento de mergulho autônomo que substituiu os pesados escafandros, e também participou como piloto de testes da criação de aparelhos de ultrassom para levantamentos geológicos do relevo submarino e de equipamentos foto cinematográficos para trabalhos em grandes profundidades.
Jacques Cousteau conquistou a Palma de Ouro de 1956, com o filme O mundo silencioso, rodado no Mar Mediterrâneo e Vermelho. Mas o próprio Cousteau confessou que, em seus primeiros filmes, não tinha nenhum tipo de preocupação ecológica. No total, foram quatro longas-metragens e setenta documentários para a televisão. Um curiosidade interessante ocorreu em 1965, quando Cousteau criou uma casa submarina onde seis pessoas viveram por um mês, a cem metros de profundidade.
Cousteau e o nascimento do equipamento de mergulho autônomo (Clecio Mayrink)
A história do equipamento de mergulho autônomo, conhecido como Aqualung, remonta à Segunda Guerra Mundial. Em junho de 1943, numa pequena praia da Riviera, Jacques-Yves Cousteau usava nadadeiras de borracha e testava pela primeira vez seu novo equipamento de mergulho autônomo.
O equipamento foi inspirado pelas descobertas que a precederam, em particular, a do capitão Yves Le Prieur, pioneiro do mergulho autônomo, que em 1925, havia aperfeiçoado um dispositivo para permitir o uso do ar comprimido, o problema, é que esse dispositivo mantinha um fluxo contínuo de ar, o que limitava o tempo de uso pelo mergulhador, pois o ar comprimido acaba muito rápido.
Uma solução nasceu em Paris, durante a guerra. O engenheiro Emile Gagnan inventou um regulador de demanda, que havia sido criado para alimentar com gás, veículos usados pelos alemães. Esse dispositivo liberava o gás sob demanda, isto é, quando fosse necessário. Cousteau modificou esse regulador para que ele fornecesse o ar comprimido sob demanda ao mergulhador, e a partir daí, quando o mergulhador inspirava, o regulador permitia a passagem do ar comprimido para os pulmões do mergulhador sob baixa pressão.
Não havendo assim mais o fluxo contínuo, o mergulhador teria muito mais tempo de fundo a partir de então, pois o gás que saía dos cilindros de mergulho, somente saíam quando o mergulhador inspirava, e não mais de forma contínua. Assim nasceu o SCUBA (Self Contained Underwater Breathing Apparatus), que em português, seria Equipamento de Mergulho Autônomo.
Fontes das Informações:
https://www.brasilmergulho.com/cousteau-e-o-nascimento-do-equipamento-de-mergulho-autonomo/
https://www.ubatuba.sp.gov.br/smo/acao-jacques-costeau-restaura-estatua-submersa-localizada-na-ilha-anchieta/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacques-Yves_Cousteau