É muito comum a presença de tartarugas e golfinhos (ou toninhas), em todas as praias de Ubatuba, mas também tem aumentado o registro de baleias na região, principalmente das famílias Jubarte, Franca e Orcas. A época em que isso ocorre com mais frequência é durante o verão, pois elas rumam partindo do sul em direção ao norte em busca de águas mais quentes.
As baleias são extremamente bonitas e inteligentes o que as torna objeto de curiosidade de todos, e uma portaria do IBAMA regulamenta normas que devem ser respeitadas pelos navegantes e mergulhadores, sendo expressamente proibido por exemplo, aproximar-se a menos de 100 metros de qualquer baleia com motor ligados de distância ou perseguir, com motor ligado, qualquer baleia por mais de 30 minutos, ainda que respeitadas as distâncias supra estipuladas.
Em Ubatuba dois institutos cuidam da conservação marinha e monitoramento dos cetáceos:
O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha, foi criado pela diretoria do Aquário de Ubatuba, para incentivar a obtenção de recursos para projetos de pesquisa voltados à preservação do oceano. O Instituto Oceanográfico da USP em Ubatuba (Base de Pesquisa “Clarimundo de Jesus”), situado próximo ao Píer do Saco da Ribeira, foi construído para dar apoio às atividades práticas educacionais e apoio aos projetos de pesquisas, dispondo de importante infraestrutura de laboratórios, píer de atracação, estação meteorológica, estação maregráfica, o barco de pesquisa “Veliger” e outras embarcações de apoio.
Avistamentos
Em Dezembro de 2015, durante o monitoramento embarcado, a equipe do Instituto Argonauta avistou um grupo de 7 Orcas (Orcinus orca) na região norte de Ubatuba. As Orcas estavam se deslocando sentindo Rio de Janeiro e acompanharam a embarcação da equipe na proximidade da Praia Brava do Camburi.
Outros avistamentos de orcas também foram relatados no passado, por operadoras de mergulho próximo à Ilha Vitória. A Orca pertence à família dos golfinhos e alimenta-se de peixes, moluscos, aves, tartarugas, focas, tubarões e animais de tamanho maior, como as baleias, quando caçam em grupo. É encontrada em todos os oceanos, podem medir até 10 metros, chegando a pesar cerca de oito toneladas. Equipes de bombeiros, oceanógrafos e biólogos, que monitoram as baleias, se juntam para evitar que elas encalhem na costa, mas infelizmente algumas vezes estas apareceram mortas.
Em Julho de 2015 uma baleia Jubarte, jovem, com cerca de 10 metros foi monitorada em uma área próxima à Praia da Enseada, e o animal exigiu uma força-tarefa de equipe de bombeiros, oceanógrafos e biólogos, para evitar que ela encalhasse na costa. A baleia Jubarte pode atingir 17 metros de comprimento e cerca de 40 toneladas. Vivem nos polos onde se alimentam de pequenos camarões (krills) e peixes, migram entre os meses de julho e novembro para se reproduzir nas águas quentes do trópico sul.
Em Setembro de 2012, uma baleia Franca e seu filhote visitaram a Praia do Lázaro por alguns dias, se tornando uma atração e alvo de muitas fotos e filmagens.
A baleia Franca, Certa ou Verdadeira, recebeu esse nome por ser a mais fácil de caçar, dada sua docilidade e hábitos costeiros na época de reprodução, o que levou a sua quase extinção, distinguem-se das outras baleias por apresentarem o corpo totalmente negro. Possuem no alto da cabeça calosidades ou “verrugas”, únicas em cada indivíduo, que permitem sua identificação individual, podendo atingir mais de 17 metros de comprimento.
Esqueleto da baleia Jubarte
Em novembro de 2000, uma Jubarte apareceu debilitada, próxima das areias da Praia Grande de Ubatuba. Houve uma tentativa de salvá-la para não encalhar na costa, e ela chegou a ser manejada por uma fragata para o mar, mas já estava sem forças não resistiu, e a maré trouxe ela de volta encalhando na praia.
Uma multidão de curiosos se formou para ver o animal marinho. Os relatos são que o cheiro estava insuportável e a cena marcante e infeliz, foi de um homem subindo em cima da baleia já morta, pra tirar uma foto. Como a baleia já estava se decompondo, o mesmo penetrou o corpo dela, correndo o risco de pegar hepatite!
Com o auxílio de um trator, os restos mortais da baleia foram enterrados na areia da própria Praia Grande de Ubatuba,, sendo seus ossos retirados pela prefeitura municipal em 2008.
Com o apoio da equipe técnica do Aquário de Ubatuba, seu esqueleto foi reconstituído e está permanentemente exposto na antiga Praça Santos Dumont que passou a se chamar Praça da Baleia, localizada na orla da Praia do Itaguá.