Localizada na Ilha Anchieta, a Praia das Palmas que também é chamada de Praia Grande da Ilha Anchieta, é a mais extensa de toda a ilha, uma enseada de águas tranquilas que banham sua orla, e está localizada à direita de quem desembarca na ilha. São apenas dez minutos de caminhada do píer até lá em uma trilha plana e agradável, onde você pode avistar diversos animais da fauna local.
A praia fica em uma pequena baía de águas esverdeadas calmas e cristalinas, estreita faixa de areia branca, com costeiras rochosas e muitas pedras espalhadas. Temos muitas árvores no entorno sombreando a orla e é possível observar muitos peixes nos recifes.
A Mata Atlântica ao fundo da praia compõe o belíssimo cenário natural. O mar com águas tranquilas propicia fácil atracamento de embarcações, que escolhem o lugar para passar o dia e curtir a natureza. A enseada de águas tranquilas que banham a orla da Praia das Palmas, nem parece que um dia foi habitada por tubarões, que garantiam a segurança do presídio que funcionava no passado, na então “Ilha dos Porcos”.
História
Também próximo ao meio da Praia das Palmas, apenas 50 metros do mar encontram-se às ruínas do antigo cemitério da Ilha dos Porcos (como era chamada a Ilha Anchieta antigamente). Segundo registros, até o início do século XIX, a ilha fora habitada por indígenas e a tribo usava este terreno como cemitério, o mesmo utilizado pelos militares para enterro dos presos e moradores da praia.
Neste cemitério, jazem os restos mortais de 151 imigrantes búlgaros e gagaúzos bessarabianos falecidos na ilha no curto período de 100 dias no ano de 1926. Eles emigraram da Bessarábia e 2.000 deles vieram escoltados, da hospedaria dos imigrantes de São Paulo, para a então Ilha dos Porcos, onde permaneceram em regime e condições prisionais, pois eles haviam se rebelado contra a transferência para as fazendas paulistas de café, diante da comprovada notícia de que, nelas, a maioria de seus compatriotas estavam sendo submetida ao mesmo tratamento de regime da escravidão.
Porém na ilha, a maioria crianças (143), tiveram várias causas de morte, predominando a do envenenamento por ingestão de mandioca brava e a falta efetiva de assistência médica.
Mais história
Alguns pescadores contam a história, que afirmam ser verdadeira, que na época em que a pesca era liberada, eles passavam a noite acampados na Praia Grande (atual Praia das Palmas) e lá passavam o picaré (pesca de dois ou mais homens. A rede vertical de aproximadamente um metro e meio é presa por um bambu em ambas as laterais. Um homem segura um extremo no raso, enquanto o outro entra no mar preparando o cerco e, no momento certo, ambos puxam a rede para a praia), porém ninguém ousava ultrapassar a terceira amendoeira ao lado direito da praia, após a meia-noite. Esta era assombrada: assobiava, sem que ninguém estivesse lá e só ela balançava como se estivesse ventando forte. Dizem que ficavam arrepiados e apavorados, que isso só podia ser coisa de alma penada. Mas, isso é coisa do passado.
(*) A Ilha dos Porcos passou a ser denominada Ilha Anchieta em 1934, como parte das homenagens ao quarto centenário do nascimento do Padre José de Anchieta.
Fonte de Informações: https://www.ubatubavirtual.com.br/sapateiro.htm