Localizada na região sul de Ubatuba, o acesso terrestre mais fácil para a Praia da Caçandoquinha, se dá por trilha rápida, cerca de 5 minutos, a partir do canto direito da Praia da Caçandoca. É possível chegar de carro, mas o acesso é restrito aos moradores.
A praia também pode ser alcançada pelo outro lado da costa, saindo da Praia da Tabatinga (em Caraguatatuba). Neste caso, em aproximadamente duas horas de caminhada intensa, de nível médio para difícil, percurso este denominado Trilha do Saco das Bananas.
Esta é uma praia pequena, com areias brancas, mar calmo, águas claras, muitas plantas, árvores centenárias, animais silvestres e um pequeno rio do lado direito, onde se tem início a trilha histórica, que dá acesso à beleza selvagem das Praias da Raposa, do Saco das Bananas, do Frade ou Simão e da Lagoa.
A Praia da Caçandoquinha é passagem obrigatória para quem utiliza a Trilha do Saco das Bananas (antiga comunidade que abriga quilombolas), e é uma das preferidas pelos amantes do turismo ecológico.
Estando na Caçandoquinha, avista-se à esquerda a Praia da Caçandoca e a Enseada da Maranduba, e à frente do outro lado da Baía, as Praias do Bonete e Grande do Bonete. Esta praia não oferece nenhum tipo de estrutura ao turista, não é propícia à prática do surfe, no entanto, a prática da pesca e do mergulho são boas opções.
Curiosidade da Praia da Caçandoquinha
No canto direito da praia, temos alguns pilares, um pedaço de escada, e uma mureta, tudo de concreto, que é o que sobrou de uma antiga ponte. Hoje esta é uma região quilombola, mas antes de seu reconhecimento, esta área sempre teve conflitos com ocupantes “não quilombolas”.
A história menciona que no início do século XXI, houve uma tentativa de isolar a Praia da Caçandoquinha, por parte dos ocupantes, cercando-a com arame farpado, e os quilombolas, ao fazerem sua travessia entre a Praia da Caçandoca sentido às Praias da Raposa, Saco das Bananas e Simão, somente podiam trafegar pela faixa de areia da Caçandoquinha. Não era então, permitido passar pelo terreno, a parte de cima da praia, e depois os quilombolas atravessavam a ponte e entravam na trilha.
Durante a maré alta, ou período de ressaca, isso se tornou impraticável, e a comunidade quilombola se revoltou e entrou com uma ação judicial, e também começaram a cortar os arames e derrubar os mourões. Em meados de 2014, a comunidade fez a ocupação da região da Praia da Raposa e então, foi destruída a ponte. Também houve a derrubada do resto dos mourões, de ranchos de pesca e queima de rede destes ocupantes “não quilombolas”.
História
Construído por José Antônio de Sá, o monopólio da fazenda de Caçandoca, em 1881, foi herdado por seus três filhos: Marcolino Antônio de Sá, que ficou com Caçandoca, Izidoro Antônio de Sá, da fazenda da Ponta Grossa, no Saco da Raposa e Sinfrônio de Sá, com a fazenda do Saco das Bananas. Essas fazendas foram o paraíso em terras quilombolas. Tudo que se planta, se colhe. Sendo assim, a cana-de-açúcar, mandioca, banana e tantos outros cultivos fizeram riqueza no passado.
Hoje a Praia da Caçandoquinha, guarda uma história de riqueza branca e sofrimento escravo, amenizado com o reconhecimento e regularização do primeiro reduto quilombola do litoral norte de São Paulo.
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