O Preto do Corcovado

O Preto do Corcovado

Você conhece a história do Preto do Corcovado? Em Ubatuba, quando o céu estiver estrelado e com lua, desvie sua vista para o Pico do Corcovado, este é um dos mais altos da Serra do Mar e serve de referência da cidade de Ubatuba, por terra, por mar e ar. Sentado no “cocoruto” do morro, costuma aparecer o perfil enorme de um preto velho, com um “pito” na boca, e um cajado nas mãos. Esta é mais uma lenda de Ubatuba. Os caiçaras contam que na época da colonização, apareceu na cidade um português enriquecido com o tráfico de escravos, acompanhado de sua bela filha e vários negros para servi-lo.

O português estabeleceu-se e montou um engenho em Ubatuba e, os anos se passaram, até que um dia apareceu um forasteiro, moço belo, forte, fidalgo, que percorria nossos sertões no encalço de aventuras e se enamorou de sua filha. Apesar do amor de ambos, fosse o mais puro, o mais ideal, o português foi contra o namoro e para afastá-los decidiu trancá-la em casa.

O Preto do Corcovado
O Preto do Corcovado – Lenda de Ubatuba

Ela por intermédio de Thiago, velho escravo, que a vira nascer e que lhe era guarda fiel, aceitou ajudá-la na fuga com seu amado. E numa madrugada, os jovens partiram serra acima, em busca da felicidade, e para isso a jovem tratou de reunir todas suas joias, encarregando Thiago de partir na frente, cautelosamente e esperá-la com o precioso tesouro, no ponto mais alto daquela serra denominado Corcovado.

Mas a fuga foi descoberta, o fidalgo assassinado e o português voltou para sua terra com a filha, desfeita em lágrimas, e deles nunca mais ninguém teve notícias. Entretanto, o “preto velho” permanece até hoje no alto do Corcovado, a espera de sinhá moça, de cajado em punho na defesa do tesouro que um dia ela lhe confiou.

É por isso, que em noites de lua, em especial cheia, a figura esquálida e sombria do “Preto do Corcovado”, aparece assustando os caçadores que se perdem no recôncavo daquelas serras, e ainda recorta o fundo do céu escuro, de cajado em punho, crescendo como uma sombra sinistra, soltando fumaça de fogo de seu cachimbo imenso.

Fontes:
https://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=tematico&pagfis=23334&pesq=
https://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=090972_08&pagfis=21632&pesq=&url=https://memoria.bn.br/docreader#