A igreja matriz de Ubatuba Exaltação da Santa Cruz, está localizada no centro da cidade, na Praça da Matriz e é um de seus patrimônios histórico. Algumas curiosidades são que seu altar tem a forma de uma canoa, isto em homenagem a São Pedro pescador, e a igreja só tem um torre concluída. Uma das justificativas para não ter a segunda torre, é financeira, pois além do investimento para a construção, o imóvel também pagaria mais imposto.
Todos os anos no mês de julho, a comunidade da igreja realiza a Festa do Divino Espírito Santo, um evento que mistura religiosidade e cultura. Além da Congada e da Folia do Divino, a festa é marcada por atrações como shows, bingo e barracas de alimentação, concentradas na Praça da Matriz.
No coreto (construído em 1971) em frente a igreja, normalmente aos domingos após a missa da noite, a Banda Lira Padre Anchieta se apresenta, com um espetáculo gratuito e de boa música. Ao lado do coreto, vale a pena também experimentar a pipoca com queijo, muito bem servida no carrinho do Toninho da Pipoca.
Na mesma praça da igreja temos outras atrações, como o Teatro de Ubatuba e o Obelisco que é o marco zero de Ubatuba e foi construído em 1937 para celebrar o terceiro centenário da criação de Vila de Ubatuba (nome antigo da cidade).
História
A primeira igreja matriz de Ubatuba, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, localizava-se onde hoje se encontra o cruzamento das ruas Conceição e Salvador Corrêa, correspondendo aos fundos da câmara municipal.
Como aquele templo era de reduzidas dimensões e achava-se em mau estado de conservação, providenciou-se a construção de uma nova igreja matriz, a atual, em melhor localização, de maiores dimensões e nova arquitetura. Em um ofício de 09 de março de 1700, o secretário do governo da então Província de São Paulo, dirigiu-se ao capitão-mor da Vila de Ubatuba, autorizando-o a cobrar subsídios para a construção da nova matriz (apontamento do arquivo do Estado).
Em 20 de junho de 1834, a câmara ubatubense solicitou do governo da província, providências em favor daquelas obras. Novamente em 10 de janeiro de 1835 a câmara dirigiu-se ao mesmo solicitando providências para a reedificação da matriz, da qual só existe a capela-mor. Vê-se que em 1835 a matriz estava ainda em início de construção, com as obras prosseguindo em moroso andamento, enfrentando as dificuldades da época e a grandiosidade do templo.
Nesse andamento, em 1866 foi acabada a fachada, como se pode conferir no alto da porta principal, num gradil de ferro. No princípio do século 20, a nave apresentava acabamento razoável, enquanto da capela-mor, só existia o arcabouço: paredes e telhado, sem reboco nas paredes, sem forro, e o piso era chão bruto. São conhecidas algumas fotografias do fim do século passado nas quais se vê a igreja totalmente erguida, mas sem as torres, ostentando apenas um lucernário sobre a capela-mor, onde certamente estariam os sinos.
Atualmente a igreja tem uma torre, uma apenas que lhe dá a característica de inacabada. Tem-se a informação que esta torre foi construída entre os anos de 1885-1890. Na torre havia um relógio de amplas dimensões que por muitos anos marcou a hora oficial da cidade, e que foi substituído por outro de idênticas dimensões, atualmente inativo.
Contudo a matriz continuava necessitando de obras para a sua conclusão. Até 1913 muita coisa estava ainda por fazer: exteriormente apenas a fachada era rebocada, todo o restante, isto é, toda a nave e a capela-mor permaneciam sem revestimento. A capela-mor não era usada por não ser rebocada no exterior e interiormente, servia apenas para depósito de material bruto por aproveitar.
O altar-mor, muito alto mas muito simples, tinha forma de escada piramidal e estava posto na nave, junto a parede que a separava da capela-mor. Em 1913 o padre Paschoal Reale, não podendo restaurar também a Igreja do Rosário que existia na atual Praça Nossa Senhora da Paz, demoliu-a e com o material aproveitável e auxílios angariados, fez rebocar, forrar e dotar de piso a capela-mor e transferiu para lá o altar-mor.
Em 1915 o Padre Reale, mais uma vez aproveitando peças dos antigos altares da demolida Igreja do Rosário, fez construir o altar-mor, onde as peças novas se podem ver, colunas e molduras em outro estilo. Em 1929 se fez o reboco externo da nave. Em 1940 o Padre Hans Beil, padre João como era conhecido, pretendendo substituir o velho assoalho de madeira por piso de ladrilho, ele mesmo arrancou as largas e pesadas tábuas já apodrecidas, deixando a nave em pleno areal.
Mas o estado de guerra entre o nosso país e a Alemanha, impôs ao Padre João deixar a paróquia antes de concluir o seu intento. Substituiu-o o Padre Ovídio Simon, que realizou a obra. A partir de 1954 passaram a tomar conta da nossa paróquia os Frades Franciscanos Menores Conventuais. Frei Tarcísio Miotto, Frei Vittório Valentini, Frei Vittório Infantino, Frei Pio Populin e outros, dispensaram sua atenção e carinho para a nossa matriz.
Em 1980 o então pároco Frei Angélico Manenti corajosamente empreendeu a execução das mais ousadas obras de restauração do nosso tempo. Assim foi trocado todo o madeiramento superior apodrecido, decorando o interior da nave, restaurados os dois corredores laterais, substituído todo o reboco externo, o calçamento externo até a total pintura externa, só faltaram o novo relógio da torre e um novo conjunto de sinos, como aqueles outros que há anos, ecoavam harmoniosamente no céu ubatubense. Nos anos 80 também foi construída a igreja São Francisco de Assis, que fica ao lado do Lar Vicentino (O Centro Catequético).
Nos anos 90 mais precisamente em 1995, com a chegada do Frei Ismael Stangherlin, a igreja matriz foi informatizada, sendo que consta em seu banco de dados registros de batizados, casamentos, alguns de crisma, dízimos, dados estes, colhidos no livros existentes desde 1917.
Fonte: http://diocesecaraguatatuba.com.br/exaltacao-da-santa-cruz/historico/
Padroeiro de Ubatuba: “A Santa Cruz”
A Festa da Exaltação da Santa Cruz, que é celebrada no dia 14 de setembro, é a Festa da Exaltação do Cristo vencedor. Para nós cristãos, a cruz é o maior símbolo de nossa fé, cujos traços nós nos persignamos desde o início do dia, quando levantamos, até o fim da noite ao deitarmos. Quando somos apresentados a comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo padre, pais e padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.
A cruz recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que nos trouxe a salvação. Assim sendo, a igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a cruz, inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe a árvore do pecado no paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19).
No deserto, a serpente também provocou a morte dos filhos de Israel, que reclamavam contra Deus e contra Moisés (Nm 21,4-6). Arrependendo-se do seu pecado, o povo pediu a Moisés que intercedesse junto ao Senhor para livrá-los das serpentes. Assim, o Senhor, com sua bondade infinita, ordenou a Moisés que erguesse no centro do acampamento um poste de madeira com uma serpente de bronze pendurada no alto, dizendo que todo aquele que dirigisse seu olhar para a serpente de bronze se curaria. (Nm 21,8-9).
Esses símbolos do passado, muito conhecidos pelo povo (serpente, árvore, pecado, morte), nos dizem que na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no lugar da serpente de bronze pendurado no alto de um poste de madeira, encontramos o próprio Jesus levantado no lenho da cruz. Se o pecado e a morte tiveram sua entrada neste mundo através do demônio (serpente do paraíso) e do deserto, a bênção, a salvação e a vida eterna vêm do Cristo levantado no alto da cruz, de onde Ele atrai para si os olhares de toda a humanidade. Assim, a Igreja canta na Liturgia Eucarística de Festa: Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por Ti redimidos, te cantamos louvor!
A Exaltação da Santa Cruz é assim chamada porque neste dia a fé e a Santa Cruz foram especialmente exaltadas. Note-se que antes da paixão de Cristo a cruz era vulgar, por ser feita de madeira comum, infrutífera, plantada no Monte Calvário onde nada frutificava; era ignóbil, por ser destinada ao suplício de ladrões; era tenebrosa, por ser feia e sem qualquer ornato; era mortífera, pois os homens eram colocados nela para morrer; era fétida, por ser plantada no meio de cadáveres. Depois da Paixão, foi exaltada de diversas formas, passando de vulgar a preciosa. A Exaltação da Santa Cruz é celebrada solenemente pela Igreja porque graças a ela a fé foi exaltada.
Fontes de Informações:
http://diocesecaraguatatuba.com.br/exaltacao-da-santa-cruz/padroeiro/
http://coisasdecaicara.blogspot.com/search/label/Festas%20populares