A Cachoeira Véu da Noiva está localizada na região sul de Ubatuba, próxima das Ruínas da Lagoinha, dentro da Mata Atlântica, e o acesso é por trilha, que se inicia na mesma rua da entrada das ruínas em seu lado direito, por baixo de um “portal” de madeira.
O percurso inicial para a Cachoeira Véu da Noiva é uma subida, acompanhada de dutos de borracha e canos de PVC, de captação de água da Sabesp. Temos várias quedas d´água e poços pelo caminho, propícios a uma parada e banho refrescante em suas águas geladas.
Em cerca de 7 a 8 minutos de leve subida chega-se a um reservatório, que se parece com uma piscina, uma estrutura de filtragem, limpeza e captação de água, local comum de se encontrar turistas e moradores locais se banhando.
A partir deste ponto em direção a Cachoeira Véu da Noiva, adentramos na Mata Atlântica, e percorremos um trecho de subida bem inclinada. Pelo caminho, mais poços naturais, quedas d´água e nas laterais do rio ainda existem muitos vestígios de construções antigas, pedaços de paredes, tijolos assentados no meio do rio, árvores frutíferas centenárias, vestígios de roças, troncos de árvores retorcidas por conta das águas e do solo rochoso, tudo isto e muito mais nos remetem a entender como viviam os antigos habitantes.
Seguindo a trilha sempre ao lado direito, ouve-se o barulho do riacho, e ao alcançar uma bifurcação, deve-se tomar a direção para a direita, pois para a esquerda continuaremos subindo morro acima, e para a direita, iniciamos uma descida, íngreme, sendo que em alguns pontos é preciso agarrar-se aos troncos das árvores para continuar descendo. O barulho da cachoeira vai se tornando mais alto a medida que se aproximamos dela por dentro da mata.
A Cachoeira Véu da Noiva impressiona, pela grandiosidade de seu incrível paredão de granito de 60 metros, e suas águas caem suavemente pela rocha, onde praticantes de esportes radicais realizam “cascading” (que consiste na exploração progressiva de uma cachoeira, neste caso, descendo com o auxílio de cordas e se apoiando em suas paredes), e o paredão tem pouca inclinação, o que torna a prática ótima para os iniciantes.
É um passeio que contempla ecoturismo, trekking, contato intenso com a Mata Atlântica, alguns animais silvestres no caminho, banho nas águas da cachoeira e a possibilidade da prática do “cascading”. O percurso a partir do “portal” de entrada é de aproximadamente 870 metros percorridos em 30 minutos, sendo recomendável a presença de um guia credenciado.
Recomendações:
As cachoeiras geralmente encontram-se em locais distantes dos centros urbanos e de pronto-socorro e/ou hospitais, portanto os cuidados devem ser redobrados, siga atentamente algumas recomendações:
– Não realize trilhas sozinho e de preferência esteja sempre acompanhado de um guia credenciado;
– Avise previamente alguém sobre seu passeio, informando a direção que pretende seguir, lembre-se que na mata, raramente funciona o celular;
– Respeite a natureza, não retire plantas, não deixe lixo e mantenha-se na trilha;
– Utilize roupas próprias para entrar na trilha, tais como, calça comprida de preferência de tecido grosso, camisa de manga comprida e calçado.
– Muito atenção aos animais peçonhentos que existem em abundância na Mata Atlântica de Ubatuba, são cobras venenosas, como a jararacuçu, jararaca, urutú-cruzeiro e coral. Observe o caminho, pois elas podem estar “tomando sol” sobre o tapete de folhas que se forma na trilha, ou mesmo nos galhos das árvores;
– Esteja ciente que geralmente nas cachoeiras temos também muitos borrachudos;
– Redobre a atenção na área da cachoeira, pois as pedras e as lajes que se formam são escorregadias e acidentes são mais comuns do que se imagina;
– Não se arrisque mergulhando em poços fundos ou mesmo nos “escorregadores” naturais, respeite o ambiente e usufrua da beleza do lugar com muita moderação;
– Não é recomendável nadar em cachoeiras depois de um período de chuvas;
– Um fenômeno chamado “cabeça d’água”, pode causar acidentes fatais. Este acontece, quando ocorre uma chuva forte na cabeceira do(s) riacho(s) que forma(m) a cachoeira, no alto da serra, aumentando o volume de água, e provocando uma enxurrada. Muitas vezes a região onde os turistas estão desfrutando das águas da cachoeira, geralmente as piscinas/poços naturais, está ensolarada por isso é difícil prever este fato.