A Cachoeira da Renata tem seu acesso pela Praia da Maranduba, no Km 76,5 da rodovia Rio-Santos, e após 4 Km, parte por uma estradinha asfaltada, e outra por um trecho de terra, no bairro Sertão da Quina, chegamos pertinho desta cachoeira que é a mais visitada da região. O nome “Renata” vem de uma alemã que morava no entorno e seus familiares que ainda vivem por lá ajudam na preservação.
Localizada dentro das dependências do Sítio Santa Cruz, a 200 metros da portaria, a Cachoeira da Renata é uma cascata de água doce, gelada e transparente que se precipita em um poço fundo, aliás, o maior poço do Sertão da Quina, onde é possível tomar um belo banho. No local temos uma enorme pedra, ideal para saltos, e abaixo desta pedra existe uma menor, para quem não se sente seguro nas alturas.
As águas que vêm da Serra do Mar, após passarem pela Cachoeira da Renata, cortam o sertão, com uma beleza indescritível seguindo para o sítio Santa Cruz, unindo-se a outras águas para formar mais adiante a Cachoeira Dois e a Cachoeira do Corrêa. O poço que forma após a queda da cachoeira, é o maior poço entre as Cachoeiras do Sertão da Quina, e é ideal para dar boas braçadas e para a prática de snorkeling.
Na Cachoeira da Renata temos disponível um bar, que serve lanches e por se tratar de propriedade particular, o estacionamento é cobrado. Muitas pessoas, quando ouvem falar de sertão, logo imaginam um lugar árido e com resquícios de água, o que não é o caso dos balneários de Ubatuba, que são compostos por muitos sertões, que são formados por várias quedas d´água e piscinas naturais.
O Sertão da Quina, apresenta muitas cachoeiras, sendo a maior de todas a Água Branca, localizada dentro dos domínios do Parque Estadual da Serra do Mar, com acesso somente por trilha, de dificuldade alta, que só deve ser realizada com a presença de monitores profissionais (cerca de 5 horas, ida e volta). As mais conhecidas dos turistas são a Cachoeira do Chafariz, a Cachoeira do Poço Verde, a Cachoeira da Renata e a Cachoeira do Corrêa.
A Construção da Barragem
Foi muito questionada e protestada, a construção de uma barragem e instalação de canos de captação de água, na Cachoeira da Renata. A obra que foi executada entre 2014 e 2016 pela Sabesp, foi defendida pelas autoridades responsáveis pelo projeto informando que apenas uma parte do volume de água seria desviado. Na época, os moradores locais entenderam a necessidade da obra para resolver o problema de falta de água, mas questionaram o local onde a barragem estava sendo construída, queriam que a captação de água acontecesse abaixo das cachoeiras para minimizar o impacto das marcas na paisagem que antes era somente da Mata Atlântica.
A Sabesp se defendeu dizendo que tinha autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para a construção da barragem naquele ponto. A superintendência do litoral norte disse que a barragem teria entre 80 centímetros e um metro de altura e a captação desviaria apenas uma parte do volume de água da cachoeira. Sobre fazer a barragem em outro ponto, a Sabesp explicou que abaixo o rio se divide em dois e a captação não é viável. O DAEE garantiu que a obra não oferecia risco ambiental e que a quantidade de água retirada não comprometeria a cachoeira.
Recomendações:
As cachoeiras geralmente encontram-se em locais distantes dos centros urbanos e de pronto-socorro e/ou hospitais, portanto os cuidados devem ser redobrados, siga atentamente algumas recomendações:
– Não realize trilhas sozinho e de preferência esteja sempre acompanhado de um guia credenciado ou um morador/”mateiro” da região;
– Avise previamente alguém sobre seu passeio, informando a direção que pretende seguir, lembre-se que na mata, raramente funciona o celular;
– Respeite a natureza, não retire plantas, não deixe lixo e mantenha-se na trilha;
– Utilize roupas próprias para entrar na trilha, tais como, calça comprida de preferência de tecido grosso, camisa de manga comprida e calçado.
– Muito atenção aos animais peçonhentos que existem em abundância na Mata Atlântica de Ubatuba, são cobras venenosas, como a jararacuçu, jararaca, urutú-cruzeiro e coral. Observe o caminho, pois elas podem estar “tomando sol” sobre o tapete de folhas que se forma na trilha, ou mesmo nos galhos das árvores;
– Esteja ciente que geralmente nas cachoeiras temos também muitos borrachudos;
– Redobre a atenção na área da cachoeira, pois as pedras e as lajes que se formam são escorregadias e acidentes são mais comuns do que se imagina;
– Não se arrisque mergulhando em poços fundos ou mesmo nos “escorregadores” naturais, respeite o ambiente e usufrua da beleza do lugar com muita moderação;
– Não é recomendável nadar em cachoeiras depois de um período de chuvas;
– Um fenômeno chamado “cabeça d’água”, pode causar acidentes fatais. Este acontece, quando ocorre uma chuva forte na cabeceira do(s) riacho(s) que forma(m) a cachoeira, no alto da serra, aumentando o volume de água, e provocando uma enxurrada. Muitas vezes a região onde os turistas estão desfrutando das águas da cachoeira, geralmente as piscinas/poços naturais, está ensolarada por isso é difícil prever este fato.